A meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e tem como referência o IPCA e a SELIC que mede a variação de preços. Logo, a meta de inflação é fixada em termos percentuais e tem uma margem de tolerância, ou seja, um intervalo em que a inflação pode oscilar sem que se configure um descumprimento da meta.
Sendo assim, o controle da inflação no Brasil é um desafio constante para as autoridades monetárias, pois existem diversos fatores que podem afetar a inflação, como a variação do câmbio, o preço dos commodities e os choques de oferta. Porém, a estratégia do regime de metas de inflação tem se mostrado eficaz para manter a inflação sob controle e garantir a estabilidade econômica.
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa SELIC como instrumento de política monetária. Assim, quando a inflação está acima da meta estabelecida pelo CMN, o Banco Central tende a elevar a taxa SELIC para reduzir o consumo e o investimento na economia, o que leva a uma redução da demanda por bens e serviços e, consequentemente, a uma queda nos preços.
Sendo assim, essa estratégia utilizada pelo Banco Central é o chamado “regime de metas de inflação”. Esse regime consiste em estabelecer uma meta de inflação para um determinado período, geralmente um ano, e utilizar a taxa de juros para tentar alcançar essa meta. Entretanto, em meio às discussões do governo eleito sobre aumento de gastos fez as projeções do IPCA e SELIC subirem. Saiba mais a seguir!
Como funciona o IPCA e a SELIC?
Para você entender melhor, o IPCA e a SELIC são dois importantes indicadores da economia brasileira que estão interligados. Sendo assim, o IPCA é um índice que mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, enquanto a SELIC é a taxa básica de juros da economia, utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação.
O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a partir da coleta de preços de uma ampla variedade de produtos e serviços em todo o país. Esses produtos e serviços são agrupados em nove categorias, como alimentação e bebidas, habitação, transporte, entre outras, e têm pesos diferentes na composição do índice. O resultado do IPCA é divulgado mensalmente e expresso em termos percentuais, indicando a variação de preços em relação ao mês anterior.
Já a SELIC é definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), que é um órgão do Banco Central responsável por estabelecer a política monetária do país. A SELIC é a taxa de juros que os bancos utilizam entre si nas operações de empréstimo de curto prazo, conhecidas como operações de overnight. O COPOM estabelece a meta para a SELIC, que é divulgada a cada reunião, geralmente a cada 45 dias. A SELIC é utilizada como instrumento de política monetária para controlar a inflação, conforme explicado anteriormente.
Como eles atuam na nossa economia?
A relação entre o IPCA e a SELIC se dá da seguinte forma: quando a inflação está acima da meta estabelecida pelo CMN, o Banco Central tende a aumentar a taxa SELIC para desestimular o consumo e o investimento, reduzindo a demanda por bens e serviços e, consequentemente, a inflação. Entretanto, quando a inflação está abaixo da meta, o Banco Central tende a diminuir a taxa SELIC para estimular a economia, aumentando a demanda por bens e serviços e, consequentemente, a inflação.
Assim, pode-se dizer que a SELIC é um instrumento utilizado pelo Banco Central para tentar controlar a inflação medida pelo IPCA. Quando a SELIC sobe, a tendência é que os juros cobrados pelos bancos aumentem, o que reduz o consumo e o investimento na economia e, consequentemente, a inflação. Por outro lado, quando a SELIC cai, os juros cobrados pelos bancos tendem a diminuir, estimulando o consumo e o investimento e, consequentemente, a inflação.
Portanto, o IPCA e a SELIC são indicadores econômicos importantes para a tomada de decisões de consumo e investimento, além de influenciarem diretamente a economia como um todo.
Quais são as projeções?
De acordo com a expectativa mediana dos economistas para inflação do Brasil, a projeção do IPCA 2023 subiu pela nona semana consecutiva, saído de 578% para 5,79%. Consequentemente as projeções de 2024 subiram, de 3,93% para 4,00%.
Logo, a estimativa para 2025 saiu de 3,50% para 3,60%, diferente da semana passada, quando havia sido mantida na mesma. Para a taxa básica Selic, a projeção mediana para o fim de 2023 subiu de 12,50% para 12,75%, diferenciando das últimas semanas, nas quais havia se mantido igual.
Contudo, a projeção para o final de 2024, por sua vez, subiu novamente, saindo de 9,75% para 10,00%. Entretanto, a projeção de 2025, se manteve em 9%. A taxa atualmente está em 13,75%, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter decidido mantê-la no mesmo patamar na reunião da semana passada.