Apesar dos impactos que a pandemia trouxe para o país, desde 2018 que a crise no mercado editorial brasileiro afeta as livrarias que existem por aqui. Sendo essa crise responsável pelo fechamento de duas empresas muito importantes para o segmento as livrarias Cultura e Saraiva. De acordo com um levantamento do setor, ambas as empresas são responsáveis por aproximadamente 40% de todos os livros vendidos no Brasil!
Ainda nesse contexto, em 2018 essas empresas solicitaram um pedido de recuperação judicial expondo uma dívida de aproximadamente R$ 1 bilhão entre os gastos com fornecedores e editoras. As vendas nesse segmento sofreram uma queda de 20 pontos percentuais, em relação a um ano antes da crise chegar ao mercado.
Com a crise no mercado editorial, a quantidade de exemplares diminuiu para 11% isso representa cerca de 43 milhões de livros na comparação anual. Apesar dessa crise, os clubes de assinaturas de livros vêm atraindo cada vez mais leitores desde que surgiu em 2014. A proposta desses clubes é bem simples, ao assinar os leitores recebem as suas caixas com o livro!
Então, a estratégia dos clubes consiste em adicionar dentro das caixas uma obra surpresa de acordo com o gosto de cada leitor, essas obras podem ser inéditas ou não. Além dos avanços da tecnologia e o surgimento de e-books, os clubes de leitura contribuíram para que a crise no mercado editorial tivesse início. Hoje, cerca de 25% dos livros lidos no país fazem parte das caixas enviadas aos leitores através do clube de leitura.
Adaptações
Com o crescimento dos clubes, em meado de 2018 o Sindicato Nacional dos Editores de Livros – SNEL em parceria com a Câmara Brasileira do Livro – CBL. Realizaram uma pesquisa pela primeira vez as vendas desses clubes no segmento editorial. Então, segundo a pesquisa naquele ano cerca de 2,19 milhões de exemplares foram vendidos através das assinaturas. Ou seja, cerca de 1,08% do total de vendas do mercado no Brasil!
Com a chegada da pandemia e os avanços da tecnologia, em 2020 as 4,67 milhões de obras que foram publicadas; foram enviadas nas caixas dos clubes de leitura. Apesar do fechamento das empresas citadas nesse artigo, o faturamento das editoras chegou aumentar naquele período. Desse modo, as editoras faturaram cerca de R$ 13,17 milhões apenas em 2019; já em 2020 ano da pandemia esse faturamento chegou a R$ 36,15 milhões. Portanto, um crescimento de aproximadamente 174,4 pontos percentuais em apenas um ano.
Contudo, em 2021 o segmento de assinaturas dos clubes de livro sofreu uma queda com o esvaziamento no bolso dos assinantes, uma das consequências da alta na inflação. A queda na quantidade de exemplares produzidos foi de aproximadamente 40% para cerca de 2,78 milhões de obras do segmento editorial, isso significa que foi uma queda expressiva. A TAG Livros, o pioneiro entre os clubes no país sentiu essa queda na sua quantidade de assinantes!
Traçando novas estratégias
Assim como a TAG Livros, outros clubes sentiram a queda nos vedas, por exemplo, o clube da Intrínseca que viu a quantidade de assinantes crescer, em 2020. Teve que diminuir os custos das produções em 2021, devido as dificuldades causadas pela crise. Vale lembrar ainda que, o preço do papel teve um reajuste considerável. Desse modo, o clube começou a sentir dificuldade em manter a qualidade dos seus produtos.
Atualmente, os modelos estão um pouco diferentes as capas duras coloridas estão diferentes. Além da gramatura do papel que passou a ser mais espessa; apesar dessas adaptações a editora decidiu e anunciou o final do projeto. Portanto, a última remessa de caixinhas deverá ser entregue até o mês de setembro desse ano. Mês de aniversário do clube, que completa quatro anos; embora tenham anunciado o final do projeto.
Nada impede que um novo clube seja criado futuramente, a proposta dessa vez pode ser mais nichada e com temas específicos. Ainda segundo a editora, o objetivo com a criação do clube do livro era de aproximação com os leitores. Desse modo, com essa aproximação estabelecida outro projeto poderá surgir no futuro. A estratégia da Intrínseca, hoje, é focar em novos projetos com a retomada dos eventos presenciais!
Crise no mercado editorial brasileiro
Semelhante a outros segmentos do país, a crise no mercado editorial acabou fechando algumas portas. Porém, ainda existem algumas editoras que mudaram as suas estratégias para continuar funcionando. Como mencionei, essa crise foi a principal responsável pelo fechamento de duas empresas muito importantes para o segmento as livrarias Cultura e Saraiva.
Segundo algumas pesquisas do setor, ambas as empresas são responsáveis por aproximadamente 40% de todos os livros vendidos. De acordo com o Painel do Varejo de Livro no Brasil, um relatório produzido pelo SNEL em parceria com a Nielsem Bookscan Brasil. A quantidade de vendas de livros entre os meses de janeiro e maio desse ano apresentou um crescimento de 8,18 pontos percentuais, relacionado ao ano passado!
Em relação a receita, o aumento no setor é de aproximadamente 12,35% no mesmo período. Logo, mercado arrecadou cerca de R$ 996,39 milhões; apesar da crise o setor segue resistindo. Na 26ª edição da Bienal Internacional do Livro, realizada no mês de julho no estado de São Paulo; chegou a registrar um público recorde de 660 mil visitantes no período de 5 dias de programação!
Gostou desse conteúdo? Visite o nosso blog para ficar por dentro das novidades relacionadas ao universo das finanças. Esperamos por você! Memivi.