
Estudos mostram que comprar uma franquia é um investimento promissor, pois é um modelo de negócio que permite a utilização de marcas consolidadas no mercado. Sendo assim, os riscos diminuem, e os franqueadores fornecem análises de dados da empresa, perspectivas e estatísticas. Dessa forma o empreendedor fica por dentro de todas as informações, além de conhecer melhor o mercado e seus concorrentes.
No entanto, antes de adquirir alguma franquia, é importante que o candidato analise algumas questões como, se identificar com segmento no qual pretende investir; não escolher determinada marca baseando apenas em lucratividade. Para qualquer empresa, obter lucros e apresentar ótimos resultados é muito importante, mas dificilmente um empreendedor irá conseguir investindo em um negócio no qual não se identifica ou não tenha conhecimentos.
A escolha da franquia certa deve começar entendendo como é a saúde financeira das marcas nos segmentos no qual possui interesse. Além de ter a certeza de que a franqueadora possui total domínio na área de atuação, também se certifique que o modelo do negócio já tenha sido testado. Analise a parte operacional, e se possível for, visite alguma loja. Uma dica importante é conversar com outros empreendedores ativos no mercado, e buscar orientações de profissionais.
Após a escolha da marca, é preciso entender os detalhes do tipo de negócio, pesquisar a localização do ponto, entender as finanças da rede, trocar experiências, e até buscar ajuda de especialistas. Porém, é de extrema importância ter consciência das suas finanças, e podem ser reservas pessoais, acertos trabalhistas ou crédito em banco.
Já que a aquisição de uma franquia pode “levar pelo ralo” anos de economias, e em casos de empréstimos, os prejuízos e problemas serão ainda maiores.
Se você ficou interessado e deseja saber mais sobre este assunto, fique conosco até o final e confira a nossa análise e os pontos mais relevantes.
Os números não mentem! Se tornar um franqueado pode ser um bom investimento.
Em 1994 foi publicada a Lei de Franquias nº 8955. Dentre os conteúdos estão os direitos e deveres dos franqueadores, ou seja, as empresas que detém as marcas, e dos Franquiados, que são as unidades. Naquele momento o Brasil passava por estabilidade na economia devido o plano Real ter sido implementado, com isso vários setores apresentavam crescimentos. Logo, o “franchising” era um desses, e ganhava força; mas não possuía nenhum tipo de regulamentação dentro das leis.
A aprovação da lei fez com que o Franchising, que já era sucesso desde a década de 80, tivesse ainda mais adesões em todo país. Afinal, os empreendedores sentiram mais segurança para investir em diversos modelos de negócios; desde então, o setor tem aumentado o faturamento, que em 2018 chegou a R$ 174,80 bilhões, crescimento de 7,2% em comparação com ano anterior.
Números estes que continuaram a subir e em 2019 o faturamento foi de R$ 186,7 bilhões. Porém, no ano passado o setor apresentou um resultado de R$ 167,1 bilhões, retração de 10,4%, voltando ao patamar de 4 anos atrás. Estes resultados foram apresentados no último dia 3, pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), um número esperado devido à crise causada pela pandemia.
Impactos durante a pandemia

Apesar da retração, o presidente da ABF, André Friedheim, acredita que os dados mostraram certa resiliência do setor, e garante que investir em franquias é um bom negócio. Além disso, este setor irá contribuir bastante com a retomada do crescimento econômico do Brasil. E outros dados mostram um total de 2668 franqueadoras ativas no país no ano passado, queda de quase 9% comparado a 2019.
Além disso, houve queda na comparação anual das unidades, o setor encerrou 2020 com mais de 156 mil unidades franqueadas operando no Brasil, queda de 2,6% sobre 2019. Logo, cerca de 4000 unidades fecharam as portas, e para o consultor em franquias Marcelo Cherto, era esperado um baque ainda maior, se levar em consideração o PIB do país que teve queda de 4,1%.
Cerca de 75 mil estabelecimentos ligados ao comercio fecharam as portas em 2020, (dados CNC), dentre esses alguns franqueados. Ainda assim, muitas redes mantiveram alto número de unidades funcionando. E a associação dos franqueados (ABF) divulgou a lista das 52 melhores redes de franqueados atualmente no Brasil, que envolve redes com investimentos acima de R$ 90.000 (pois microfranquias possuem lista própria).
As 52 maiores franquias atualmente no Brasil
Este levantamento mostra que o volume das maiores redes no país cresceu 5% no ano passado, e 16 marcas possuem mais de 1000 unidades. A primeira posição foi da rede O Boticário, com 3620 franquias. Na vice-liderança “o gigante” McDonald’s, com 2567 unidades em operação. Ambas as marcas se mantiveram na posição da pesquisa anterior.
Enquanto a Cacau Show, subiu para o terceiro lugar, com 2371 franquias em todo país. Já algumas marcas apareceram pela primeira vez entre os 10 primeiros no ranking, são elas: Óticas Carol; Seguralta – rede de corretoras, e o BK – Burger King. A lista deste ano possui 52 marcas, devido ao empate entre as posições 41º (Hinode e Carmen Steffens) e 44º (Chocolates Brasil Cacau e Casa dos Bolos. Veja a lista completa.
Posições | Marcas | Quantidade em unidades | Anos 2019 para 2020 |
1º | O Boticário (beleza/bem-Estar) | 3620 | -5% |
2º | McDonald’s (alimentação/restaurante fast food) | 2567 | 4% |
3º | Cacau Show (alimentação/chocolate) | 2371 | 2% |
4º | Subway (alimentação/restaurante fast food) | 1863 | 0% |
5º | Am/Pm (lojas de conveniência) | 1804 | -24% |
6º | Lubrax+ (lubrificação) | 1665 | 1% |
7º | CVC Brasil (turismo/viagens) | 1425 | 1% |
8º | Óticas Carol (saúde, beleza e bem-estar) | 1394 | 4% |
9º | Seguralta (rede corretoras) | 1325 | 0% |
10º | Burger King (alimentação/restaurante fast food) | 1302 | 8% |
11º | Wizard By – Pearson (Idiomas) | 1258 | 0% |
12º | Jet Oil (rede troca de óleo) | 1172 | -21% |
13º | Br Mania (lojas de conveniência) | 1132 | -4% |
14º | Shell Select (lojas de conveniência) | 1109 | Não informou |
15º | Óticas Diniz (saúde, beleza e bem-estar) | 1107 | -4% |
16º | Bob’s (alimentação/restaurante fast food) | 1017 | -3% |
17º | Odontocompany | 997 | 57% |
18º | Correios (Correios e Telégrafos) | 994 | 0% |
19º | Help (Loja de Créditos) | 855 | 22% |
20º | Chilli Beans (relógios e óculos de sol) | 847 | 2% |
21º | Dia% (alimentação/supermercados) | 778 | -10% |
22º | Fisk Centro de Ensino | 767 | 0% |
23º | CCAA (idiomas) | 725 | 0% |
24º | Hering Store (vestuário) | 664 | 15% |
25º | CNA (idiomas) | 629 | 3% |
26º | Espaçolaser (depilação a laser) | 587 | 13% |
27º | Chiquinho Sorvetes (alimentação/sorvete) | 566 | 11% |
28º | Oggi Sorvetes (alimentação/sorvete) | 554 | 35% |
29º | Clube Turismo | 546 | 4% |
30º | Localiza Hertz (aluguel de automóveis) | 528 | 1% |
31º | Nutrimais (alimentação animais) | 524 | 49% |
32º | 5àsec (lavagem, secagem e passadora) | 468 | 6% |
33º | Havaianas (chinelos/calçados) | 467 | 3% |
34º | Piticas (mercado geek/vestuário) | 453 | 0% |
35º | Remax (imobiliária) | 444 | 80% |
36º | Arezzo (calçados) | 436 | -1% |
37º | Knn Idiomas (cursos e idiomas) | 427 | 17% |
38º | Prepara Cursos Profissionalizantes | 409 | 0% |
39º | Kopenhagen (alimentação/chocolate) | 406 | 5% |
40º | Microlins (cursos profissionalizantes) | 401 | 0% |
41º | Hinode (perfumária/beleza/saúde) | 400 | -8% |
42º | Carmen Steffens (calçados) | 400 | -2% |
43º | Mercadão Dos Óculos (ótica/saúde) | 396 | 67% |
44º | Acquazero (limpeza a seco) | 388 | 152% |
45º | Chocolates Brasil Cacau (alimentação/chocolate) | 385 | -1% |
46º | Casa de Bolos (alimentação) | 385 | 4% |
47º | Giraffas(alimentação/restaurante fast food) | 382 | 2% |
48º | Mundo Verde (varejo produtos naturais) | 377 | 0% |
49º | Spoleto (restaurante/alimentação) | 343 | -2% |
50º | Clube Melissa (calçados) | 332 | 4% |
51º | Casa do Construtor (aluguel de andaimes/outros) | 318 | 16% |
52º | Sodiê Doces (alimentação) | 315 | 0% |
Otimismo no último trimestre do ano
O setor de franquias sofreu grandes impactos no 2º trimestre do ano passado. Mas apresentou recuperação ao longo dos meses. Enquanto no 4º trimestre o faturamento do setor foi de R$ 53,97 bilhões, um crescimento de 22% sobre o trimestre anterior. Comparando com o 4º trimestre de 2019, a queda foi de 1,8% apenas. Um alívio que veio devido à queda no número de casos naquele momento, assim como as novas medidas menos rigorosas.
Em Pesquisa realizada com 340 redes franqueadas no final de 2020, apontou que 64% dessas marcas acreditava no crescimento em 2021, superior a 10%. Enquanto outros projetaram alta de 5%. Já a associação (ABF) fez uma projeção de 8% para o faturamento do setor em 2021. Porém, atualmente o momento é bastante parecido com cenário do ano passado, pois a situação começou a piorar e a segunda onda da doença é real.
Portanto, não apenas para o setor de franquias, mas em diversos outros, é provável que março seja um mês negativo e prejudique o primeiro trimestre de 2021. Afinal, muitas cidades já estão com decretos de isolamento, e os locais que ainda estão funcionando também devem ser fechados. Mas as expectativas é que o 2º trimestre seja mais animador, principalmente devido a campanha de vacinação, que mesmo a passos lentos já está acontecendo.
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